sexta-feira, julho 28, 2006

Vou de férias



Mas não se preocupem não vou pedir a ninguém para me tomar conta da casa.

Levo comigo o gato, o cão e a orquídea.

Se ouvirem miar, não se deixem enganar é o coelho belzebu a ver se vocês caem no engodo!

Já agora, antes que me esqueça

Isto só....




Acerca de 2 meses comprei um frigorifico na Worten.

A entrega estava marcada entre as 9H e as 13H.

Haja paciência! Para estes senhores é bastante complexo preverem um período de tempo inferior a 4 horas – mas que se lixe, os tugas já estão mesmo habituados a serem mal tratados, e acharem que isso é normal.

Adiante, quando os senhores chegaram – e porque infelizmente eu não vivo num palácio, nem tão pouco numa moradia “germinada”, pois é isso, aquelas que germinam, brotam da terra! – Perceberam que o frigorifico não entrava na porta empacotado, pelo que me informaram que iam retirar o embrulho na entrada do prédio e depois voltavam (isto porque é obrigatório o produto ser entregue com a embalagem). Assim o fizeram, e o “colossal” lá entrou assim meio apertadito, mas entrou.

Colocaram-no na cozinha, deram umas indicações muito breves “a garantia aqui, as instruções acolá, 8 horas até poder ser ligado” e “toma lá 5 euros” pelo serviço (nesse dia estava bem disposta – uma mãos largas!).

Quando passado cerca de 20 minutos vou a sair de casa com o meu filhote (maravilhoso, lindo – beijos, beijos, beijos) e me deparo com um cenário surreal – ora os senhores desempacotaram o “colossal” e deixaram todos os cartões, fitas, plásticos (…) espalhados na entrada do prédio e a estorvar a entrada para a casa do vizinho.

Ahhhhhhhhh que raiva!!! Deviam estar com pressa, para irem beber uma “jolas” com os meus 5 euros!

Liguei de imediato para a Worten a contar o sucedido, pelo que me pediram imensas desculpas e que de imediato iriam telefonar aos senhores para voltarem para trás e limparem a merda que ali tinham deixado – arrumei as coisas a um canto, no exterior do prédio e fui – pois, não me estão a ver a ficar à espera das bestas, que nunca voltaram, o que pude constatar quando cheguei a casa à noite.

Ora, no dia seguinte, como verdadeira portuguesa – povo de brandos costumes - e comodista que sou, já não voltei a ligar – a queixa estava feita e não me apetecia aborrecer-me mais com aquela treta.

Passado uma semana passada recebo um telefonema da Worten, uma espécie de departamento de controlo, a saber se estava satisfeita com o serviço de entrega e com a simpatia dos senhores – ao qual respondi de novo com a minha queixa e que não percebia como é que, sendo a função deles o controlo de qualidade de entrega do produto, não tinham já a informação do sucedido. A menina desmanchou-se em desculpas e pronto – ficamos por ali.

Eis senão quando, a semana passada recebo um telefonema da minha amiga Worten (sim, a esta altura já nos tratamos por tu!), em que a menina começa por dizer que me estão a contactar por causa da queixa apresentada (note-se bem que foi há 2 meses) e me pergunta:

“A EMBALAGEM DO FRIGORIFICO AINDA SE ENCONTRA NA ENTRADA DO PRÉDIO?”

Será que era para os apanhados?

quinta-feira, julho 27, 2006

Este vai ser um parto difícil.

Este bocadinho de esperança é para a Martinha

Tenho um sem-fim de coisas para te dizer Martinha e não sei como começar.

Escrever para alguém que se cresce a adorar, não tendo porém a certeza que se vai conseguir dizer tudo tim-tim por tim-tim – não é simples.

Nestas alturas tenho a convicção de que há palavras que ainda não foram descobertas.

Disseste-me para escrever só as coisas boas, que assim seria poucochinho…oh minha Martinha como te enganas!

No meu entendimento tu eras perfeita!

Uma alegria permanente e energia estonteante

Uma indiscutível habilidade de persuasão

E tão bonita! Uma beleza singular e feroz (será que me faço entender?)

Cometeste tantas loucuras, viveste tudo tão depressa e com tanta intensidade.

E quando outros se perdiam pelos caminhos vertiginosos que tu conheceste, tu, qual malabarista, percorreste-os com destreza e deixaste-os para trás como se nada fosse.

A vida não te deu muito, e foram tão poucas as vezes em que te ouvi queixar dela – essa malvada. E nem tão pouco penso que querias demais.

Mas merecias mais, merecias tudo – mais não fosse para dares aos teus filhos tudo aquilo que queres. Penso ser das poucas coisas em ti de que não podem restar dúvidas – tu adoras ser Mãe e amas os teus filhos com todo o teu coração – e é tão grande!

És daquelas que pessoas que só pela bondade desmedida que tens dentro de ti, devias ter o mundo a teus pés.

Hoje, já não te vejo perfeita, mas não te entristeças, pois descobri que tal coisa não existe e o melhor de tudo é que continuas linda, divertida, calorosa, continuas única e igual a ti mesma.

De resto não te consigo decifrar

És tudo ao contrário – tens em ti tantos opostos,

Às vezes és tudo, mas não és o suficiente

Preocupas-te tanto, e deixas andar

Mesmo quando estás triste, sorris

És destemida, e morres de medo

Martinha, talvez estejas cansada

Talvez aches que já não vale a pena ou que já não tens força

Mas como posso eu fazer-te acreditar que pode ser melhor?

Como dar-te um pouco de esperança ou um pouco de força para conseguires mais uma vez mudar o teu caminho?

Não posso. Que presunção a minha a querer fazer de Deus!

É a grande ironia da vida – tens tanto dentro de ti para seres tudo, bastava que a vida tivesse sido um bocadinho diferente! Só um bocadinho!

Lamento, mas não vou conseguir escrever aquilo que quero

quarta-feira, julho 26, 2006

Isto da arte tem muito (ou nada?) que se lhe diga….

A tendência é considerar Arte tudo o que está em exposição numa galeria, ou mais grave ainda, tudo o que um pequeno conjunto de senhores assim o declara. Gostaria de saber por que meios conseguiram tornar-se os ditadores da Arte, mas essa é outra questão.
Gentinha, com uma grande lata, que nos impinge instalações, pinturas, esculturas, gravuras e outras arquitecturas! Depois é vê-los na passerele, os ditos versados juntamente com aqueles que não percebem um boi da questão – mas fica sempre bem – a apreciar verdadeiros monumentos à nossa tontice!
Mas que critérios são tidos em conta para denominar algo como uma obra de arte?
Faz quase um ano comecei a trabalhar como comercial numa publicação da área – da arte, claro – e graças aos ossos do oficio visitei inúmeras galerias. E digo-vos uma coisa, é de ficarmos de boca escancarada!

Ouvi galeristas irritados porque os portugueses não dão valor à arte em papel!
Só querem saber de pinturas na tela! Mas, e porque é que hão-de dar valor seja ao que for? Porque lhes dá jeito? Bem sei, que o tuga tem uma tendência miserável de comprar o que o Sôtôr diz – mas há um mínimo! Respeitem a nossa ignorância!

Sete Pedaços de Papel - Antoni Tàpies

O que é que faz um quadro com uma pinta (note-se que esta pinta, pode ser um risco, uma curva, um quadrado – qualquer coisa desprovida de qualquer contexto ou significado), ser considerado Arte? Meus amigos, vocês devem ter uma visão “muito à frente”!

Um itinerário para as formas - Adelina Lopes

E mais bonitos ainda aqueles quadros em que só os seres sobredotados conseguem visualizar (viram a peça Arte de Yasmina Reza – pois aquela dos amigos que discutem porque um deles deu uma pipa de massa por um quadro Branco com uma Risca Branca?), pois aqui está meus senhores – mas desta vez a cores!


Nothing to Declare - Luis Paulo Costa

Será que conseguem apreciar a Beleza de este inspirada escultura intitulada “Múrmurio da Floresta”?

Alberto Carneiro

Ouvi histórias do arco-da-velha, algumas com a sua graça “Há 2 ou 3 anos numa exposição no CAE (Centro de Artes e Espectáculos) da Figueira da Foz, um conceituado artista fez uma instalação que consistia numa sanita partida com o respectivo carrasco (leia-se martelo) a seu lado, eis senão quando a senhora da limpeza resolveu varrer os cacos. Olha a ignorante da senhora da limpeza, meteu os senhores do CAE num grande sarilho! Pois claro que o artista queria ser indemnizado por tal perda! O desfecho, não sei, mas sei que é muito bem feito para o CAE que não tinha nada que aceitar expor uma porra de uma sanita, ainda por cima partida! Ainda se a sanita fosse bonita…


Sim, é verdade que somos muitos, aqueles que nunca tiveram qualquer contacto com arte e que os gostos também se educam, mas há que ser razoável, tenho em crer que os senhores que promovem estas obras é que são uns verdadeiros artistas!

Por favor, expliquem-me lá, o que é isso da arte?

Zezé: (explodindo de irritação) Mas uma coisa não tem nada a ver com a outra! A realidade é que aqui no nosso bairro, nós temos verdadeiras obras de arte a que ninguém dá valor!

Tóni: Devem estar á espera que a malta daqui também esteja à espera de não-sei-quantos mil anos para ter o trabalho reconhecido...

Zezé: É uma injustiça, pá! O que é que interesam lá as pinturas de Foz-Côa, com os animais e o caraças...! Nós aqui temos verdadeiras pérolas, pá! Animais que nem sequer há no talho, pá! Basta ver os símbolos de fertilidade masculina que estão desenhados por todo o bairro, Tóni!

Tóni: Símbolos de fertilidade?

Zezé: Sim, pá, as pilas, pá! As pilas que nós desenhávamos quando éramos putos, pá! Aquilo são verdadeiros tributos à ligação do homeme com a terra, a cena do céu, inspiração divína e coiso... 'tás a perceber?

Tóni: (indignado) Pois é, pá! Niguém dá valor às nossas pichagens!

sexta-feira, julho 21, 2006

Zangam-se as cunhadas, dão-se cornadas!




O bate-boca começou por aquela cunhada era uma verdadeira puta! (vão-me perdoar a linguagem, mas estas gajas são do bairro e isto tem que ser contado assim mesmo).
Era impossível ser-se mais mula do que aquela gaja, sempre a ver se arranjava por onde pegar, umas trombas de fazer inveja ao elefante…coitadinho, sim aquele que está ali em Sete Rios há séculos – deve ser o elefante mais velho que conheço.
Não havia como entender aquela má-disposição constante – só fundamentada pela falta de “qualquer coisa”.
Ah bicho-do-mato danado, um dia finjo que vou à caça e dou-te um tiro sem querer (Ups! Não vi que estavas que estavas aí!).
Naquele dia as hormonas deviam estar aos pulos, com direito a piruetas e tudo – e não me sustive. É pá, já andava a levar com aquele ser há mais de não sei quanto tempo, e eu, sempre com a mania que tenho bom feitio a ignorar, mas naquele dia que se lixe!
Ela rosnou algo que eu nem percebi, sim porque ela rosna a rezar, ou reza a rosnar, ou o raio que a parta, nem interessa mesmo nada.
E pronto, aquilo foi uma pega daquelas que não se vêm nem nas touradas. A estupidez galopante daquela tipa potenciou o que de pior há em mim.
Disse-lhe alhos e bugalhos, carvalhos e cangalhos, baralhos e mangalhos! Libertei a ruindade, vinguei-me de todos os maus-olhados…
E não é que deu frutos - o rosnar tornou-se num latido quase imperceptível, e desde esse dia aprendeu a dizer bom dia e a tornar a presença dela um pouco menos incómoda.
Chego assim à conclusão que a sabedoria popular é realmente muito sábia:
“Quanto mais te baixas, mais o cú se te vê”
"O cão não ladra por valentia e sim por medo."
“Em Roma sê romano” (Ou seja, para puta, puta e meia)

O meu conselho?
De vez em quando é preciso soltares a cabra que há em ti!

quinta-feira, julho 20, 2006

O riso de uma criança

Haverá algo melhor que o riso de uma criança?

Aquela gargalhada deliciosa tão verdadeira
Tão doce e enérgica, muitas vezes despertada por um simples “Cu-Cu”!

Aqueles olhos a sorrirem, com uma felicidade que só as crianças conhecem


Quanto não vale, um sorriso destes logo pela manhã?

Haverá algo melhor que o riso de uma criança?
Com certeza que sim…quando essa criança nasceu de ti, e esse sorriso é para ti!

terça-feira, julho 18, 2006

Minha querida Magda…


Minha querida Magda…

Sei que precisas mais que isto
Mas, palavras é tudo quanto te posso dar
Não têm o poder de um abraço, nem o sabor de um beijo
O calor de uma mão ou o aconchego de um ombro
Mas, palavras é tudo quanto te posso dar

Minha querida Magda…

Mereces muito mais do que a vida te tem oferecido
Mas, não percas esse sorriso deslumbrante que tão bem te conhecemos
Essa tua alma tão cheia de esperança, que te faz suportar a distância
Esse teu espírito tão forte, que te ajuda a transpor as desmerecidas e excessivas contrariedades com que te tens deparado
Esse teu filho lindo, teu mais que tudo, que te mantém de pé
Esses teus tudos, que por vezes te podem parecer escassos, agarra-os bem
Às vezes pode parecer difícil, às vezes tudo parece estar errado
Às vezes esse teu coração tão grande, sei que fica apertadinho
Mas, não percas esse sorriso deslumbrante que tão bem te conhecemos

Minha querida Magda…

Sei que agora choras
Mas, acredita que estás no nosso coração
E sempre que nos lembramos de ti, alegramo-nos
E se falamos de ti, temos saudades
Até já estou a ouvir aquela tua gargalhada, tão autêntica…como só tu sabes ser
Por tudo isto, e por nada, sorri Minha querida Magda
Porque, acredita que estás no nosso coração

sexta-feira, julho 14, 2006

Para a Lucinha - da tua Nani




Nani, assim me chamava a Lucinha
A minha prima menina, criança
Tão doce, tão linda, tão minha, tão nossa, tão de tanta gente
Nani…era um graça ouvi-la chamar-me
Quando nos cremos especiais aos olhos de uma criança, é de uma felicidade, de um orgulho, de uma vaidade imensa
Sua Mãe cheia de amor, alegria, e ternura intensa – era menina também
E muitos, demasiados, ao tentar substituir essa força que julgaram ser precisa
Amaram e condescenderam talvez demais, e ninguém te deu, certamente por ser impossível, a segurança e aconchego do colo de uma Mãe

A minha prima menina, Mulher
Hoje segue caminhos que são só seus
Já não me chama Nani, e aos seus olhos nada me distingue dos demais
Sem jeito e sem graça, nada te posso cobrar
Nem sequer te digo o quanto te amo – com medo da tua reacção
Pavor que exprimas a tua desilusão, que me olhes e me grites que não soube recompensar o teu amor de menina, criança

Talvez nada disto faça sentido, não passe de um delírio meu.
Mas que revolta, que impotência, que saudades do amor da Lucinha

A minha prima menina, criança
Tão doce, tão linda, tão minha, tão nossa, tão de tanta gente

Da tua Nani

quarta-feira, julho 12, 2006

Assim não dá…

É insuportável, este calor

Destilo, o que me sai dos poros senhores, não sei dizer o que é…talvez malvadez – gordurinha é que não é! Tá quieto ó preto! As formas continuam roliças!

As calças colam-se ao rabo…blhec!

Abro todas as janelas do carro e o efeito é zero! Ou tens ar condicionado ou “tás feito ao bife”!

Visto o que me parece mais fresco, a calcita branca e leve, o camisolinha de alças, até o chinelo de enfiar no dedo (…arriscando-me a ouvir alguma boca no trabalho, sabem como são estas coisas) – e nada, fracassada tentativa de sentir alguma frescura.

Fico abatida, só me apetece estar de molho…

Não entendo como é que é possível ter bom ar com esta temperatura.

Juro que não entendo…!

Ainda há pouco, hora de almoço – parecia que estava no caldeirão! – e lá vem uma boazona, é pá impecável!
Ela era um cabelo com um ar irrepreensível (e eu desgrenhada, de tanto tentar apanhar o cabelo com um mola mínima). Ela era pintura, assim muito sóbria, muito bem - e eu a pingar! Como se fosse possível algum tipo de tinta ou pó, ou fosse lá o que fosse aderir ao meu rosto transpirado! Salto alto, corsários, um topzito... E lá ia ela, qual gazela, muito leve, muito fresca, com um ar de satisfação…oh meu Deus Agora compreendo…era um cyborg!

sexta-feira, julho 07, 2006

Oh Ricardo....







SE AO MENOS A DANONE PATROCINASSE A SELECÇÃO...

quinta-feira, julho 06, 2006

Os Heróis Nacionais

Portugal - Angola



Portugal - Irão




Portugal - México




Portugal - Holanda



Portugal - Inglaterra



Portugal - França




Era bom que outras "selecções nacionais" (que não no futebol) nos levassem tão longe quanto estes rapazes.

Um grande abraço à nossa selecção.

O mendigo Sexta-Feira jogando no Mundial


(...) O que me inveja não são esses jovens, esses fintabolistas, todos cheios de vigor. O que eu invejo, doutor, é quando o jogador cai no chão e se enrola e rebola a exibir bem alto as suas queixas.
A dor dele faz parar o mundo. Um mundo cheio de dores verdadeiras pára perante a dor falsa de um futebolista. As minhas mágoas que são tantas e tão verdadeiras e nenhum árbitro manda parar a vida para me atender, reboladinho que estou por dentro, rasteirado que fui pelos outros. Se a vida fosse um relvado, quantos penalties eu já tinha marcado contra o destino? (...)


Mia Couto, O fio das Missangas