sexta-feira, julho 14, 2006

Para a Lucinha - da tua Nani




Nani, assim me chamava a Lucinha
A minha prima menina, criança
Tão doce, tão linda, tão minha, tão nossa, tão de tanta gente
Nani…era um graça ouvi-la chamar-me
Quando nos cremos especiais aos olhos de uma criança, é de uma felicidade, de um orgulho, de uma vaidade imensa
Sua Mãe cheia de amor, alegria, e ternura intensa – era menina também
E muitos, demasiados, ao tentar substituir essa força que julgaram ser precisa
Amaram e condescenderam talvez demais, e ninguém te deu, certamente por ser impossível, a segurança e aconchego do colo de uma Mãe

A minha prima menina, Mulher
Hoje segue caminhos que são só seus
Já não me chama Nani, e aos seus olhos nada me distingue dos demais
Sem jeito e sem graça, nada te posso cobrar
Nem sequer te digo o quanto te amo – com medo da tua reacção
Pavor que exprimas a tua desilusão, que me olhes e me grites que não soube recompensar o teu amor de menina, criança

Talvez nada disto faça sentido, não passe de um delírio meu.
Mas que revolta, que impotência, que saudades do amor da Lucinha

A minha prima menina, criança
Tão doce, tão linda, tão minha, tão nossa, tão de tanta gente

Da tua Nani

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