quarta-feira, outubro 18, 2006

Ganhei!


Não me perguntem quantas concorreram..ok?!



I CONCURSO ROSA-CUECA DE POSTS DE AMOR (OU DA FALTA DELE)

Não falo do amor de mãe, nem do de filha. Não falo do amor aos bichos ou do amor à vida, ou mesmo do de amiga.

Falo do amor-amor, o de sempre.

Daquele amor que encontras quando já passou a paixão, que confundes com carinho ou com habituação.

Falo do amor que esperas ser para sempre.

O Amor que queres seguro, mas ousado.

Aquele que tens como garantido e te deslembras de alimentar. Ah mas se te falta, nem consegues respirar!

Pensas ocasionalmente que está velho, está gasto.

Mas, olha bem menina – olha a extravagância que engrandece a tua vida.

È uma raridade porra!

A triliões de anos-luz dessas atracções repentinas, dessas químicas que nos fazem estremecer, novidades que ofuscam com um brilho tão efémero, que num ápice se torna fosco, triste, e só, e que afinal não existe.

O amor faz-nos vaidosas, airosas, pirosas!

Olha que palavras ridículas, como diria o nosso querido Álvaro.

Olha como ficamos sumarentas, deliciosas!

O amor é chocolate com pimenta.

O amor é comprazer, é prioridade, e a alma nos alimenta.

A falta dele…

Oh pá, que despropósito! Merda para o Amor!

Esse maldito que nos arruína sem pudor!

Que raio de sentimento é esse que se pavoneia, altivo e arrogante e no entanto, como se isso pudesse ser, lá consegue amanhar forma de sobreviver e acompanhar com a dor.

Que nos deixa deprimidas, secas, recalcadas!!!

Que se lixe! Abaixo a pieguice!

Quem é que acredita em contos de fodas? Perdoem-me, fadas, era fadas!

Venham os “amores” de uma noite só. As declarações da tanga. Confessem-se subversões aos que nos passam, aos que não ficam, aos que não sabem.

Vivam as palpitações, vibrações, correnteza de euforias.

Venham dias sem contratos, sem promessas.

Venha a vida como ela é, sejamos auto-irónicos, gozemos este senão.

Estamos vivas, e se não temos amor-amor – o de sempre, temos paixão, temos tesão, temos amor ao cão!


16 comentários:

asdrubal tudo bem disse...

Está excelente este texto.
é teu ou de outra pessoa?
Pergunto isso porque em baixo está escrito "datilografado por Nani"
Independentemente disso se é assim que te sentes neste momento não te preocupes quando menos esperares aparece-te o amor verdadeiro entretanto aproveita a paixão, o tesão e o amor do cão que também são óptimos.

P.S. Não tenho mais cabelos brancos porque apesar de sofrer pelo Sporting e de sentir alguma ansiedade quando vejo os jogos é raro perder a cabeça ou irritar-me demais principalmente se jogarem bem como no jogo de ontem.de qualquer maneira obrigado por te lembrares de mim.

Zorze Zorzinelis disse...

Texto interessante. Também tenho uns quantos amores na vida - sem esquecer o amor do (e ao) cão! *

Nani disse...

Bom dia meninos! ISto é que é começar a trabalhar cedo!

asdrubal: sim, este texto é meu - obrigado pelo elogio - Nani é o meu blogue name (é assim que se diz?), Ana Proença é de nascença ;-)
felizmente já encontrei o meu amor, mas sei o que é não o ter - beijos

zorze: se tens o amor ao e do cão, és um gajo cheio de sorte - a seguir ao amor de mãe é o amor mais incondicional que conheço

Anónimo disse...

Brilhante prosa/poesia! Representa verdadeiramente a diferença entre a poesia prosaica e a prosa poética!

Estás-te a sublimar!

Um grande beijo.

Nani disse...

Isto é um luxo! Melhor que ter ganho o 3º prémio é um comentário da minha mãe - amo-te.

joeindian disse...

Sierra Madre

Intermitentes, os longos braços do astro-rei, entrecortados de cirros brancos e esparsos, condenavam ao rubor a restante palidez das nossas partes descobertas. Deixávamos San Cristóbal de las Casas e ao longo da estrada vibravam os mesmíssimos raios, ora espelhados na água da Presa de la Angostura, as nossas faces impávidas ao vento frio da madrugada, a um confronto planeado e fugaz com o Comandante Marcos. Querias perguntar-lhe ao que ia e vinha em cada jornada, prometias submetê-lo com a crise do ideal revolucionário zapatista, mil exemplos de fome entre os indígenas, Zapata morto, a infrutífera conquista de Mexico DF.
O desconforto invadiu-nos em Tijuana, desde a hora em que decidiste iniciar as revisões das aulas de História Pré-Colombiana dada por espanhóis. As potências coloniais branqueiam sempre o hediondo, o vulgar, o ascoroso. Sabias os nomes de todos os povos chacinados de cor, em cada partícula de pó disperso um dedo acima do solo vias histórias de curas miraculosas e pajelanças espanholadas e mais ou menos amazónicas porque em tudo havia uma relação. Do Brasil ninguém nunca te falou. Esotérica por curso à distância, galgavas os degraus de todas as pirâmides que avistavas, foste a única pessoa a ter uma ressaca de chocolate que alguma vez conheci.
A Sierra Madre de Chiapas, imponente na mancha arbórea mas não na altura, foi ela a décima terceira prova de Hércules para nós, entendeste-o. Quiseste ficar, deixar o teu mundo corriqueiro com passado regular e sempre demasiado regulado pelos teus ditames, com a minha ajuda, depois da tua primeira viagem séria aos vinte anos, bem disse que a tua vida ia mudar. Deixo-te, deixaste muito mais gente nas tuas costas. Dei atenção aos teus e-mails dos Medicos del Mundo. Encarei com naturalidade o desejo, mas chorei, chorei da vermelhidão ardendo nas pupilas até me doerem os olhos quando me pediste que travasse. Fui ao engano, mas sem surpresa. Nem com o suicídio do Juan quiseste pensar duas vezes no que havias de fazer.
Tornei à minha vida normal e quando me lembro de ti, amedronto-me com o incerto. De tudo o que é incerto.

Nota: não tens mail no teu profile, teve que ser aqui... Acredita.

asdrubal tudo bem disse...

esqueci-me de te dizer para não te preocupares com o numero de concorrentes mesmo que tenham sido só três o que conta é a intenção

Nani disse...

Joe:
I'm speechless.
Palavra que não sei o que dizer, senão um muito obrigada. E ainda bem que foi aqui - para outros de poderem ler. Sempre se vai enriquecendo este blog de trivialidades.

K disse...

O minha linda. Só tu me encantas assim com as palavras. Quem me dera ter essa tua veia poética a piscar sempre o olho ao cáustico. A M E I! Os meus parabéns. Os talentos são sempre reconhecidos! ;)(e o pormenor do conto de fodas...ahahahah)

Fica bem nina linda

Nani disse...

Minha querida Devil só tenho isto para te dizer: tens muito mais do que aquilo que julgas.

ah e mais isto: obrigada pelo elogio

rititi disse...

Muitos parabéns de novo!!
Um beijinho

Nani disse...

obrigada Rititi.

e para os mais distraídos: foi a RITITI que me deu este prémio.

sem-comentarios disse...

Desconhecia o teu blog, vim aqui parar atraves do blog do Asdrubal e estou a gostar imenso :)

bj e bom fim de semana ** :)

Nani disse...

bem vinda sem comentários
e obrigada

p.s. já te vou ver

Pinguça disse...

Que texto excelente. Faz pensar, faz rir e faz chorar. Tudo explicado, de forma simples e trivial. Gostei mm muito.Parabéns.

;)

desculpa a invasão

Nani disse...

bem vinda ana
ainda bem que gostaste

e não é nenhuma invsão, afinal se escrevemos em blogs é porque gostamos de ser lidos