Tremores da vida
Escrever sobre totalidade e sobre insignificância
As alegrias que tenho vivido
Os nervos que me tentaram consumir
As ilusões e alucinações que entraram sem pedir licença
Os amigos que me dão força,
Os amores e dissabores que me tornam tão viva
Tudo o que me faz ser
O meu filho, o meu pai, a minha mãe, o meu homem, o meu irmão
Do Natal e do quanto amo a minha família, as minhas primas, o meu tio
As recompensas da vida, os motivos que me movem
Das pessoas, das novas e das velhas, dos nobres e dos torpes
As prioridades e pormenores, os caminhos e as cores que me completam
As inquietações que me assaltam
As realizações que fazem o gostinho, o que é autêntico e por isso tão valioso
Os pecados de que me auto-absolvo
De tudo o que se funde com o que já vivi
Da vida recortada por risos e lágrimas
As feridas cicatrizadas e as abertas,
Porque são também estas que nos acordam para a vida
Os cheiros que me ficam, os sabores que absorvo
Os que nos passam ao lado e os que nos ficam tatuados
As saudades de escrever, da vontade de vos ler
Do que me inspira, e o que me desespera
De tudo o que está latente em nós e que pede uma faísca para poder brilhar
Como é bom partir só para poder voltar
É de se tirar o chapéu!